[Resenha] As esferas de Medeia

Autor: Maickson Alves

Em meio um distrito desconhecido, onde o maior comércio é a fabricação de poções e a noite nunca é igual com suas duas Luas, o pesar se cai: as Esferas sagradas foram violadas e todos os 13 distritos estão desprotegidos, frágeis contra qualquer mal que queira se aproveitar. A ligação entre feiticeiros e poceiros se faz necessária, para reagir a um mal que, surpreendentemente, ainda não os atacou. Desmemoriado, ímã de problemas, e descrente de que possa ser algo maior e mais poderoso que pareça, Freico Nordon traz consigo a dor de não ter lembranças. Além disso, todos passam a acreditar ser ele, o culpado pelas Esferas e por tudo de ruim que acontece nos distritos. É então, ao lado de Zog, seu único amigo aparente, que descobre ser o responsável e detentor do futuro de todas as pessoas, tornando sua reputação ainda mais discutível. A procurar por respostas, ele tem de enfrentar sua primeira Sina, missão que todos podem enfrentar, mas que poucos se arriscam por ser de sorte incerta e resultados nem sempre desejados..Enfrentando sempre algum desconhecido lugar, pessoas desconhecidas, sentimentos desconhecidos, dores além… Alegrias além… Sem saber em quem ou no que acreditar, Nordon viaja dentro de si, tentando enxergar o que alguns dizem ser a lenda: o Prodígio; adaptando-se com essas constantes descobertas. Então, vestir sua Giro Fluxo e voar para o desconhecido passa a fasciná-lo, seduzi-lo, fazendo-o crer que: Quando a consciência perde a razão, as lembranças esquecidas tornam-se ações e motivos de se encontrar…

Não sei nem como começar essa resenha, pois o livro me deixou tão encantada, que é até difícil comentar sobre essa história maravilhosa. As esferas de Medeia tem 490 páginas, mas nem vi elas passarem de tão envolvente que é a trama. Não pude deixar de comparar pequenos detalhes com alguns livros de fantasia famosos, como Harry Potter, mas isso não me fez desgostar do livro, pelo contrário, acho que só me deixou mais fascinada ainda. E é impressionante como a história teve um desenrolar nem um pouco cansativo, pois não era focada apenas em um momento/local, o autor nos mostrou diversas aventuras de Freico e seu amigo, Zog, e uma melhor que a outra. Conhecemos assim vários personagens engraçados e cativantes de alguns distritos, e acredito que no próximo livro, saberemos mais sobre esses outros locais.

Ao iniciar a leitura, me deparei com várias notas de rodapé, o que por um lado é bom, pois há vários termos diferentes - como a Giro-fluxo, que é uma luva que feiticeiros usam para lançar magia -, então se mostrou realmente necessário, mas por outro lado, me atrapalhou a leitura... Inventava de ver o significado e perdia o foco, rs. Não estou reclamando, mas acho que foi isso que 'atrasou' um pouco o término do livro. haha

Freico é um menino que foi abandonado em frente à casa do poceiro Tatroon, em um distrito chamado Murloc. Vemos desde o início que ele sempre foi tratado como parte da família, mas Freico sente aquela angústia de não saber de onde veio e quem são seus pais. Todos da cidade o tratam como se fosse um monstro, pois atribuem todos os problemas que acontecem desde que chegou, a ele. Nem todo mundo pensa assim, pois acaba se tornando grande amigo de Zog, um morc. Os dois acabam se metendo em várias confusões e perigos. Destinado a algo grandioso, Freico Nordan precisa encontrar sua Sina e ajudar a salvar os distritos, pois alguém roubou as famosas esferas de Medeia para fazer o mal. 

Uma fantasia repleta de magia que adorei poder conhecer. Confesso que no início achei o livro cansativo, exatamente por ter muitos termos diferentes, mas no decorrer da leitura acabei me acostumando e não consegui mais parar de ler. Perto do final, aconteceu algo que me deixou de queixo caído, pensei: como não percebi isso?! HAHA Fiquei bastante curiosa para a continuação.

Voltou os olhos a Freico, um volume que tentava frustradamente esconder aparecia agora que estavam tão perto do alçapão iluminado.
- E o que é isto? - Beneviglees, apontando para as calças do garoto.
- Pare! Não tem vergonha, Beneviglees? - disse Betúnia, da escuridao.
- Não seja leviana,Cheirinho! Vamos, tire isso das calças!
Freico não pensou em nada melhor a fazer que acatar a ordem, retirando o pote de stérlicos das cuecas.