[Resenha] A garota da casa grande

Autora: Amanda Marchi

O livro A garota da casa grande é narrado por sua personagem principal, Georgia, que, sarcástica e ironicamente, apresenta-nos seu mundo através de seus belos olhos azuis. Presa na casa de sua avó em uma cidade pequena, onde não há nem ao menos um shopping, ela se vê em uma rotina monótona até conhecer Alice, sua vizinha não-da-frente-mas-da-diagonal. Um romance, sobretudo, entre seres humanos, que lutam contra o preconceito da cidade pequena e de si mesmas.

O livro é bem curtinho (111 páginas), mas consegue demonstrar toda emoção que a autora quis nos passar ao relatar a história de Georgia, uma garota lésbica que descobre a pureza do amor acima de qualquer obstáculo. Um livro peculiar, daqueles que tocam o leitor. 

Georgia está indo passar as férias na casa de sua avó no interior e, após avistar sua vizinha Alice, passa dias pensando nela. Até que certa manhã as duas acabam se encontrando por acaso e conversando, mas Georgia é bem tímida e praticamente age como se não soubesse falar. HAHA Após ser convidada por sua vizinha para uma festa em sua casa, Georgia presencia  uma cena em que Alice mostra estar em conflito com relação a sua sexualidade, a partir daí, eventualmente as duas ficam amigas. Acredito que por terem algo em comum e por saberem o preconceito que sofrem por não serem exatamente como as pessoas acham que elas deveriam ser, acabam se aproximando. 

Adorei o livro, mas confesso que queria mais um pouco de história. E juro que queria matar Georgia no início, que menina porre e mimadinha, só sabia reclamar, apesar disso, gostei de seu jeito sarcástico. Depois de conhecer Alice é que ela coloca a cabeça no lugar e pensa melhor em certas coisas, até o relacionamento com sua avó melhora.

Vacas e verde. Muito verde. Praticamente era para isso que eu estive olhando na última meia hora. Esse é o bom, e o ruim, de visitar parentes no interior. O bom é que você vê coisas que raramente vê - tirando as vacas, isso eu vejo todos os dias no colégio.

Acho que a autora mostrou bem os dois lados - alguém que já sabia há muito tempo sobre ser gay e, alguém que descobriu "tarde" e estava em negação -, e a forma como juntou as duas foi leve. Nada muito forçado, não ficamos com a sensação de "ok, duas lésbicas, agora elas precisam ficar juntas", apenas uma amizade que acabou em romance. Foi totalmente o que eu esperava ao ler a sinopse, um romance "diferente" aos olhos dos outros, mas que conseguiu permanecer inocente e lindo.

- Onde elas estão? - gritou alguém da sala.
- Estão fazendo alguma cena de Cinquenta tons de cinza - falou, abandonando o quarto, deixando a porta aberta.

Quem quiser comprar o livro, é só entrar em contato com a autora por email: agarotadacasagrande@outlook.com ou pela página do Facebook.