[Resenha] Reiniciados

Autora: Teri Terry
As lembranças de Kyla foram apagadas, sua personalidade foi varrida e suas memórias estão perdidas para sempre. Ela foi reiniciada. Kyla pode ter sido uma criminosa e está ganhando uma segunda chance, só que agora ela terá que obedecer as regras. Mas ecos do passado sussurram em sua mente. Alguém está mentindo para ela, e nada é o que parece ser. Em quem Kyla poderá confiar em sua busca pela verdade?

É por isso que eu adoro Distopias. É sempre uma história diferente, nunca é mais do mesmo. Há vários elementos que podem ser usados em uma história desse tipo, e os autores usam e abusam magnificamente bem. Foi o que Teri fez, criou um enredo baseado em um governo opressor e mesclou com os Reiniciados. Pessoas, normalmente jovens com menos de 16 anos, que cometeram algum crime e então têm suas memórias apagadas, começando assim, sua vida do zero.

Os Reiniciados precisam aprender tudo do começo: andar, falar, escrever, o que é certo e errado, essas coisas que uma criança precisa saber... Após ter a memória apagada, são obrigados a se reintegrar na sociedade, mas sempre observados e monitorados. Cada um usa um Nivo, um tipo de relógio que mostra um número. Em 5 ele é o ideal, abaixo disso, a situação é crítica e a pessoa tem desmaios. É uma forma que o governo achou de controlar esses Reiniciados, não os deixando serem violentos, e sim, sempre felizes. Os Lordeiros são agentes que pegam as pessoas que não cumprem as regras, ou parecem se desviar do ideal que o governo impõe. Até uma frase dita de forma errada os fazem sumir com a pessoa. Mas como dizem que para toda ação há uma reação, em contrapartida há pessoas que não concordam com essas imposições, o TAG: Terroristas Antigovernistas (homens bomba).

Kyla, nossa personagem principal, é uma Reiniciada. Acompanhamos sua saída do hospital, onde precisou ficar um tempo para se adaptar, e conhecemos sua nova família. Pai, mãe e irmã, é assim que ela chama eles, mesmo nunca sem os ter conhecido. O pai é carinhoso e faz de tudo para deixá-la confortável, a mãe demonstra impaciência com Kyla e aparenta não ter gostado de sua vinda e a irmã Amy é uma grande amiga e até dorme com ela por uns dias para ajudá-la em seus pesadelos, pois eles a deixam com seu Nivo baixo, e se não acordar pode até morrer.

Além de uma família nova ela precisa frequentar o colégio, lá encontra pessoas que não simpatizam com os Reiniciados. Porém, acha seu porto seguro: Ben, outro igual à ela, um garoto amável e que todas as garotas desejam. Os dois ficam amigos desde o início, mas conforme vão se conhecendo melhor, rola um romance. E sinceramente, o achei desnecessário, normalmente fico na expectativa de o casal ficar junto, mas com Kyla e Ben não tive isso. Fiquei bem mais envolvida com a história que se desenrolava por fora desse mundinho fofo dos dois. rs

David, Sandra e Amy Davis: papai, mamãe e irmã mais velha. Eles sorriem para a câmera e parecem bem simpáticos, mas quem sabe como eles realmente são?
No final das contas, nada disso importa, porque não importa quem eles sejam, tenho de fazê-los gostar de mim.
Fracassar não é uma opção.

O que me surpreendi com a trama, além desse negócio de reiniciar uma pessoa, claro, foi a forma com que os personagens evoluem. No decorrer da narrativa vimos às mudanças de personalidade de alguns, o que nos faz pensar que realmente as aparências enganam. E a autora também criou personagens extremamente indecifráveis, pois não sabemos se concordam ou não com o governo. É por isso que é preciso ter muito cuidado com o que se é dito.

Eu adorei Reiniciados, há tantas reviravoltas e segredos, que nem deixam o leitor querer largar o livro para não perder algum detalhe. Os capítulos são curtos, o que deixou a leitura muito agradável, com certeza dá para ler em um dia. Além disso, a narrativa da autora é fantástica.