[Resenha] A verdade nunca morre

Autor: Valter dos Santos

Michael é um jornalista inglês, profissional talentoso, dedicado ao trabalho e a família. Gina, sua esposa, após o nascimento do terceiro filho, para de trabalhar na TV. Paul, primo de Michael, é editor chefe de uma rede de TV. Tudo parece perfeito até que um trágico acidente abala a todos...
No mundo dos espíritos, entretanto, Michael percebe-se em outro tempo, outra cidade, Liverpool, em pleno século 19. Naquela época, Felicity é obrigada a casar-se com Peter, o rico herdeiro dos Worley- dono de uma tecelagem e que explora a mão de obra infantil, além de ter envolvimento com o tráfico de escravos. A jovem é vítima de um marido violento e ciumento e deixa-se envolver por Jonathan - dedicado médico- e entrega-se a um amor proibido
Atravessando o tempo, o ódio bate à porta daqueles que sonhavam com a tão almejada felicidade. Entre dois mundos, um triângulo amoroso está formado. Podemos cobrar fidelidade àqueles que deixamos em outro plano da existência? Por quanto tempo adiaremos nosso encontro com o verdadeiro amor, perdoando os vingadores que desejam o nosso mal? Michael, Gina e Paul precisam descobrir que a verdade nunca morre...

Recebi A verdade nunca morre da parceria com a Petit, e é o segundo livro com o tema espiritismo que leio. E assim como no anterior, esse também apresenta uma história linda e emocionante. O mais impressionante é que a leitura fluiu tão rapidamente que comecei em um dia e terminei no outro. O que eu mais gosto neste tipo de trama é que sempre é contada a vida passada dos personagens, mostrando assim o motivo do porque estar vivenciando aquilo. E que os erros do passado refletem na sua reencarnação, mas como existe o livre arbítrio, as coisas só acontecem se o espírito escolher realmente passar por aquilo. 

Michael é um jornalista que mora em Londres com sua esposa, Gina, e seus três filhos, Harry, Kit e Grace. Após um trágico acidente Gina perde seu marido e se vê obrigada a cuidar sozinha de três crianças. Mas, conta com a ajuda de sua amiga Isabel, a babá Juliana e o primo de seu marido, Paul. Foi Paul quem socorreu Michael após ele cair da escada, mas já no hospital não resistiu aos ferimentos. Paul ajuda muito Gina, e dá para perceber que ele tem um carinho grande por ela. Michael que já está em outro plano se enfurece com essa aproximação e acaba enviando energias negativas para a família. Mateo e Harriet que foram seus pais na última reencarnação o auxiliam a tomar as decisões certas, mas a raiva dele é tão grande que ele se prende a Terra e a família.

A trama gira em torno da dor de Michael que se sente traído com a aproximação de sua esposa e primo, e, além disso, ele o culpa por sua morte. E ao mesmo tempo nos apresenta sua vida passada e o que levou a juntá-los nessa vida mais uma vez. O que percebi tanto nesse quanto no outro livro é que as mesmas pessoas sempre se reencontram em vida, muitas vezes para resgatar algo, fazendo assim o espírito evoluir.

Achei A verdade nunca morre pesado em algumas partes, pois mostram detalhadamente os espíritos obsessores, aqueles que se aproveitam da vulnerabilidade das pessoas e enviam pensamentos ruins, fazendo-as ter vícios como drogas e bebidas, e até mesmo cometer crimes. O autor realmente não poupou detalhes nessas cenas, mostrando a negatividade dessas entidades, que quase sempre buscam uma forma de se vingar de quem às fez mal no passado. Apesar disso, a história não deixa de ser linda, pois no fim, tudo é efeito de algo que passou e que com o tempo será descoberto e superado.

Alguns de nós trazemos as mesmas feridas que adquirimos em nossa última experiência de vida e, uma vez que retorne, demora algum tempo para esses ferimentos se curarem.