[Resenha] As três leis de Newton

Autor: Vitor Zenaide

Três pessoas em diferentes lugares do mundo são mortas misteriosamente; no Brasil, o filho de um importante ministro é sequestrado. Dois jornalistas de um pequeno periódico de São Paulo começam, então, a investigação deste intrigante caso e percebem, aos poucos, que os bandidos não estão interessados no que, à primeira vista, parece ser, mas sim que todos estes crimes estão interligados e podem revelar um importante segredo escondido a sete chaves, que poderá impactar grandes autoridades políticas ao redor do mundo.

As três leis de Newton é o primeiro livro que recebo da parceria com a Editora Schoba, a sinopse já tinha me chamado atenção, pois adoro tramas com crimes e investigações. Porém, o que mais chama atenção nesse livro é que nada disso é desvendado por detetives ou algo do tipo, e sim por jornalistas. Achei muito bacana, além do autor nos mostrar o dia-a-dia deles no jornal, também mostra como é para conseguir uma matéria e se destacar dos concorrentes. 

Guto e Deco são dois jornalistas que resolveram abrir seu próprio jornal, como são ainda muito pequenos, dependem de furos para chamar a atenção das pessoas. E eles conseguem um... O filho do ministro é sequestrado e eles são os primeiros a saber. A partir daí que começa a grande aventura em busca de respostas para o motivo do sequestro. No início da narrativa somos apresentados a três personagens que aparentemente não tem nada em comum, e conforme vamos lendo, percebemos que na verdade todos estão de alguma forma ligados e o que era um simples sequestro, se transforma em algo maior, muito maior!

Deco é o mais otimista, e é ele que embarca em uma viagem para pegar pistas de um quebra cabeça que se desenrolou a partir do furo que eles conseguiram. O problema é que ele vai descobrindo que pessoas importantes estão envolvidas e acaba ficando perigoso meter o nariz onde não é chamado... É fantástico acompanhar um jornalista em busca de informações, se pararem para pensar, não deixa de ser como um detetive. Deco como um bom jornalista não vira as costas para uma matéria que ele sabe que pode ser bombástica, mesmo que ele corra perigo. Guto não tem tanto destaque na trama, mas é ele quem fica cuidando do jornal enquanto o parceiro viaja. Mais pessimista, ele acha que Deco não vai achar nada que possa ligar o sequestro com a morte de outras pessoas. 

É tudo muito estranho no início, quando lemos também pensamos: "o que pode ter a ver a morte de três pessoas de países diferentes com o filho de alguém no Brasil?", e bem, sorte que o faro jornalístico de Deco o faz continuar a investigação e nos dá as respostas. A história do autor é bem elaborada e faz o leitor ir juntando as peças junto com Deco. A princípio ficamos meio assim com o título do livro, mas quase no fim temos uma grande descoberta e o motivo do nome, o que eu achei genial! A trama é viciante, não vai deixar você desgrudar do livro, acredite em mim. As três leis de Newton faz o leitor embarcar em assuntos da realidade, como política, terrorismo e corrupção. É um prato cheio para quem adora livros instigantes e cheios de mistérios. 

- Ora, quer dizer que posso matar quem eu quiser se disser que faço isso porque quero ser independente do mundo? Ótimo, porque com tanta injustiça que sabemos que existe no planeta, basta distribuirmos algumas armas por aí que teremos uma tremenda carnificina.