[Resenha] Crise

Autor: Robin Cook

Com a morte da esposa e das filhas em um desastre de avião há 15 anos, o Dr. Jack Stapleton começou a duvidar se mereceria ser feliz. Com isso, afastou-se da irmã Alexis e da nova família dela. Agora, anos depois e prestes a começar uma nova vida, Jack recebe uma ligação de Alexis pedindo que ele a ajude no caso do marido, Craig, acusado de imperícia médica. Correndo contra o tempo e lutando contra o sentimento de culpa por ter se afastado da irmã, Jack decide ajudá-los, mas jamais poderia imaginar os rumos que esse caso tomaria — e os perigos que surgiriam em seu caminho.

Crise é o primeiro thriller médico que leio, e o livro me arrebatou do inicio ao fim, não esperava gostar TANTO, já que há diversos termos técnicos que só um médico mesmo para entender, então achei que seria uma leitura cansativa, mas pelo contrário, desde o inicio foi fluída, e a trama mostrou ser bem intricada até certo ponto, o que não estragou as expectativas sobre o caso.

Craig é um médico concierge que atende os pacientes em suas próprias casas se for necessário, em uma dessas visitas, a paciente dele morre e o marido o acusa de imperícia médica. Craig sempre foi um médico exemplar, apesar de sua arrogância, e se mostra devastado com a situação. Nisso, acaba voltando para a esposa, e essa, como forma de ajudar o pai de suas filhas pede auxílio ao seu irmão, Jack, um médico legista. Jack prontamente resolve ajudá-la, só que acaba percebendo que a imperícia é o pontapé inicial para algo além do que imaginava...

Depois que eles se levantaram, Craig envolveu sua mulher num abraço prolongado. Ele realmente valorizava o apoio que ela lhe dava e se sentia ainda mais envergonhado com o comportamento que tivera antes de seus problemas com a justiça.

A trama é exaustante para quem não gosta de ter não conhecimento de termos que são citados, mas se for relevar isso, veremos que o enrendo e personagens são todos bem construídos, o que nos leva a acompanhar um desenrolar de fatos eloquente e agradável ao leitor. Porém, foi uma pena que o final não seguiu o padrão, pois o autor termina de uma forma que indigna o leitor. Depois de conduzir a história de uma forma magnífica Robin tenta abrandar nossa curiosidade com uma resposta fraca e insuficiente, pois depois de acompanhar tantos fatos genialmente elaborados é difícil não desanimar com um fim tão simplório.

No entanto, não me arrependi de ler o livro, mesmo não tendo gostado do final. Eu adorei a trama, e o autor ainda me encantou com algo que ainda não tinha lido em outros livros: advogados! Me senti dentro de um tribunal, se realmente as coisas são como estão descritas. Todo o processo de apresentar o caso, e as perguntas às testemunhas, além dos infinitos "protesto!", realmente me fizeram gostar mais ainda da leitura. É por isso que gostei de Crise. Claro que o final conta muito, mas a história é tão ricamente detalhada e com uma narrativa agradável que não senti que perdi tempo lendo. 

Esse livro faz parte de uma série, que eu espero ler desde o inicio, e que pelo jeito tem Jack como principal. Ainda não sei o que pensar dele, pois pelo que vi ele sofreu algumas perdas, e se tornou um homem diferente do que era, então não sei como ele é no primeiro livro. Como esse é o sexto, acredito que perdi alguns detalhes de sua história e personalidade. Espero poder resolver isso, pois o personagem é bem carismático ao seu modo. 

E essa medicina concierge (que é bem conhecida lá fora, e o Robin explica no final do livro) é bem interessante, pois mostra o lado positivo e negativo, e é a premissa do caso de imperícia. Isso é bastante levantado, e o autor mostra que médicos mais antigos têm certo preconceito com esse tipo de medicina. Recomendo a leitura, pois o enredo é instigante e mantêm um ritmo bom de acontecimentos, com ressalvas apenas no final, como eu disse. Mas não deixem de ler, sério!